segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sábado

Passei bem a noite e acordei bem esperançosa de estar desinchada, mas pouca coisa mudou. Somente minha mãe esquerda havia desinchado, mas o rosto e o meu lado direito permanecia como no dia anterior.
Como estava mt frio, papai não foi a igreja e passamos o dia em casa tentando nos aquecer.

Sexta-feira (Dia do exame)


Amanheceu chovendo e continuou assim pelo resto do dia, com isso o frio tb é mais rigoroso. Todos estávamos bem apreensivos por conta do exame e papai, que já perdeu 4 kg, começou a ter crises de choro tb. Mamãe tb perdeu peso e anda sentindo dores nos ombros e nos pés, dores de origem psicológicas e q aumentam todas as vezes q ela vê uma enfermeira ou médico. Já não é fácil passar por uma doença dessas, mas quando vc vê a sua família sofrendo tb torna-se um pouco mais difícil. Sem contar q ta sendo mt difícil p/ todos nós a distância de meu irmão, com o qual somos mt apegados. E Tb não é nd fácil ficar longe do namorado, do qual o tempo mais longo longe foi de 15 dias.
Nós três aqui fizemos um acordo de q sempre q der vontade chorar, nós vamos chorar, pois é melhor liberar toda essa tensão chorando do que segurar.
Passei a manhã toda em jejum devido ao exame e não foi nd fácil. Meu exame estava marcado p/ as 13 hs, fomos de taxi pq eu não tinha condições de ir de ônibus e mamãe foi chorando já imaginando q teriam de me furar um monte de novo até conseguirem uma veia.
Meu plano de saúde não cobre esse exame ainda, portanto tivemos de desembolsar três mil e quatrocentos reais. Colocaram-nos numa sala de espera com uma TV tela plana bem grande, mts revistas e, pela primeira vez, nos vemos frente a frente com uma família (pai, mãe e filho de 12 anos) q estavam passando por um câncer tb.
Logo vieram e chamaram a mim e ao garoto da outra família. Eu entrei e minha mãe desabou no choro imaginando q iriam me furar um monte de novo. Colocaram-me numa salinha particular, com uma poltrona reclinável, uma TV só p/ mim e um cobertor bem quentinho. Logo a enfermeira veio p/ puncionar minha veia e eu confesso que estava bem nervosa, porem não chorei desta vez. O engraçado foi o espanto dela ao ver meus braços, o quanto seria difícil e o apego dela com Deus p/ conseguir. Fez duas tentativas no braço esquerdo e não conseguiu, veio outro enfermeiro que tentou no braço direito e, p/ meu alívio, ele conseguiu. Prometi que nem ia mexer aquele braço mais p/ não correr o risco de perder o acesso. Pedi que avisassem a minha mãe lá fora de que eles tinham conseguido o acesso e q o exame demoraria cerca de 3 a 4 horas. Fiquei lá na salinha sozinha até correr toda a bolsa de soro, mas estava bem confortável e quente. No meio do processo veio a enfermeira com uma injeção metálica q continha o material radioativo, aplicou junto ao soro e eu não senti nada. Terminada a bolsa de soro, o enfermeiro veio, pediu que eu fosse ao banheiro esvaziar a bexiga, pois meu exame já iria começar. O interessante disso é que eu e os outros q estavam ali p/ o msm exame fomos completamente isolados devido a radiação.
Agora vinha a minha segunda preocupação, eu teria de ficar deitada por 15 minutos p/ a realização do exame e eu não podia ficar muito tempo deitada, pois me dava falta de ar, inclusive eu tenho dormido sentada todos estes dias.
O enfermeiro me posicionou na maca do exame e eu tentei ficar o mais calma possível e respirar fundo p/ não dar falta de ar. A sala tinha uma luz verde, vermelha e amarela q ficavam acendendo e a maca se movimentava entrando num túnel mt semelhante ao exame de tomografia. O duro foi q nessa hora me deu um sono quase q incontrolável e todas as vezes que eu cochilava deixava de cuidar da respiração e acordava apavorada com falta de ar. Graças a Deus os 15 minutos passaram rápido e me levaram p/ uma outra sala onde eu deveria dar um tempo p/ sair um pouco da radiação e onde tinha, p/ minha imensa felicidade, um lanchinho mt bem vindo p/ quem estava de jejum o dia todo e já era 5 horas da tarde. Tomei 2 chocolates quentes, comi um bolinho e um pacote de Clube Social, tava com fome msm. O médico me liberou p/ sair e eu fui encontrar meus pais que me aguardavam na sala de espera. Chegando lá, minha mãe tava empolgadíssima conversando com as demais famílias q ali se encontravam e q estavam passando por situação semelhante a nossa. Papai tinha ido mais uma vez ao ponto de taxi p/ ver se encontrava o carro onde esquecemos meu notebook.
Viemos p/ casa e eu finalmente pude tomar os 10 comprimidos de corticóide p/ diminuir meu inchaço. Estava muito apreensiva, pois eu já tinha tomado esse msm fármaco antes, porém apena dois por dia e tinha sentido efeitos colaterais bem desagradáveis. Mas o médico receitou, eu confiei e tomei. Sentei no sofá da sala sentindo mt dor de cabeça, acho q devido ao exame ainda, e peguei num sono bem pesado.
Acordei, tomei uma sopinha e dormi novamente, sem sentir nenhum efeito colateral pela Graça de Deus.